Para brincar em casa, produção do Muhne em parceria com a Massangana Audiovisual convida a imersão pelas ladeiras de Olinda em 360º.
Dá para participar do Carnaval em 360º sem sair de casa. Isso tudo graças à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que lança a série em realidade virtual Carnaval de Olinda, nesta quinta-feira (11).
O material estará disponível para o público no canal da Fundaj, no YouTube, e integra a programação do Carnaval de Todos os Tons. A produção é do Museu do Homem do Nordeste (Muhne) em parceria com a Massangana Audiovisual.
Gravados em 2020, os vídeos registram a apoteose dos bonecos gigantes, uma ciranda com banda de pífano, o cortejo do Boi da Mata e o Cariri Olindense, que neste ano celebra seu centenário.
Com o uso de óculos VR (virtual reality), o expectador se tornará um verdadeiro folião em meio a um dos melhores carnavais do mundo. Mas as produções também podem ser conferidas em aparelhos celulares e no computador.
“Esperamos levar um pouco do Carnaval para dentro de casa, em uma imersão, onde é possível acompanhar troças nas ladeiras de Olinda, onde a pessoa pode observar todo ambiente ao redor como se de fato estivesse lá”, explica o assistente em Ciência e Tecnologia da Fundaj e idealizador do Muhne 360º, Victor Carvalho.
Coordenador da Massangana Audiovisual, Pedro Coelho descreve a produção como um documentário antropológico.
“Queríamos registrar a diversidade de manifestações culturais do Carnaval de Olinda e era necessário se misturar a multidão, sem interferir. Mas, as pessoas estão tão imersas na festa que as cenas ficam muito naturais. O maior desafio era ficar parado, enfrentando a multidão com o peito”, conta.
“Quando comecei a assistir fiquei muito emocionado ao ver todo mundo se tocando, se abraçando. Hoje essa produção tem uma nova camada de significado”, destaca Coelho.
A preocupação estética com o material é outro detalhe. “Fizemos um levantamento do que seria representativo e esteticamente interessante. Foi filmado no meio do pessoal para se ter a vivência, com as mazelas e benesses do Carnaval. Não tem filtro, não tem nada ensaiado”, acrescenta Victor.
“O encontro de boizinhos, por exemplo, é fantástico para a fotografia em 360, pois tem uma infinidade de personagens circulando por todos os lados, você entra em um mundo mágico” confirma Pedro, que lembra a gravação do Cariri Olindense às 6 da manhã.
Museu portátil
Idealizado em 2018, o Muhne 360º utiliza imagens em 360 graus e disponibiliza um óculos de realidade virtual para mostrar o Muhne, o Engenho Massangana e um pedaço do Nordeste.
O projeto já foi apresentado em outras cidades da região e em exposição no estado do Pará. De acordo com Victor Oliveira, no futuro, a série Carnaval de Olinda deverá integrar a exposição de longa duração do Muhne.
“A proposta é trazer elementos e experiências culturais e históricos para dentro do museu. Coisas que a gente não conseguiria trazer fisicamente, a gente traz virtualmente”