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CUBO MÁGICO: DE RECURSO DIDÁTICO À ELEMENTO DE INCLUSÃO

Sabemos que um cérebro estimulado funciona melhor, cria novas conexões neurais e pode ser um grande aliado no aprendizado. Pensando nisso, o professor, Jacob Filho, teve a iniciativa de levar o cubo mágico, famoso brinquedo que ficou muito popular no final dos anos 80, para dentro da sala de aula e utilizá-lo como recurso didático no ensino da matemática.  O projeto foi realizado na Escola Estadual em Tempo Integral Vereador José Moacir de Oliveira, localizada na cidade de São Gonçalo do Amarante-RN.

O professor e coordenador do projeto, Jacob, explica que teve a ideia, juntamente com os professores Robson de matemática e Ed Ek de Física. Inicialmente, ainda em 2018, a ideia era usar o cubo apenas para auxiliar uma aula de geometria em uma turma do ensino médio. Mas o brinquedo chamou atenção dos estudantes que, curiosos, pediram a ajuda do professor para entender o funcionamento e solucionar o desafio do cubo mágico. Foi nesse contexto que a atividade despertou o interesse dos estudantes.

Sobre os benefícios da prática do cubo mágico no desenvolvimento do aprendizado e da inteligência, vários estudos mostram as vantagens da sua prática. Quanto mais cedo, melhor. De acordo com a pesquisadora Dijóli Senem, da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, no Paraná; “O cubo mágico pode influenciar diretamente no aumento da capacidade cognitiva e no desenvolvimento da inteligência espacial, como o foco, percepção, memória, raciocínio, linguagem, lógica, estratégias e tomada de

decisões”. Várias escolas pelo Brasil já vem adotando a prática do cubo desde a infância e os resultados já começam a aparecer.

Segundo o portal do MEC escolas que usam o cubo mágico como ferramenta pedagógica já se destacam na Olimpíada Brasileira de Matemática e no ENEM. Escolas do estado de São Paulo já receberam algumas menções honrosas na olimpíada, é o caso da Escola Técnica Estadual Cônego José Bento – referência nacional. As relações entre a melhora do rendimento dos estudantes e a prática do brinquedo já são objeto de muitas produções técnico-cientificas. A matéria completa poder ser lida aqui http://portal.mec.gov.br/busca-geral/222-noticias/537011943/56701-uso-do-cubo-magico-ajuda-na-aprendizagem-da-matematica-entre-alunos-do-interior-de-sp

Na sua experiência com o cubo mágico, o professor Jacob, aqui no RN, relata que os resultados na melhora do desempenho dos estudantes é bastante satisfatória. Entre os alunos que participaram do projeto foi possível verificar uma melhora significativa do rendimento na disciplina de matemática, as notas melhoraram em média 28,8% segundo os dados disponíveis no SIGEduc (Sistema Integrado de Gestão da Educação) – na comparação entre os anos de 2018 e 2019. Houve uma pausa no projeto em função da pandemia, mas já voltou a funcionar e agora com novos adeptos, disse.

Além da melhora nas notas, outros aspectos relacionados ao comportamento dos estudantes foram observados; como a redução no uso dos celulares, que passaram a disputar o tempo com o cubo mágico. O elemento da socialização e inclusão também foram verificados. Pesquisas apontam para o grande potencial no uso do brinquedo em alunos autistas e com necessidades especiais. Como mostra o documentário Magos do Cubo de 2020, disponível na Netflix.  “Durante o projeto foi possível acompanhar a trajetória de um estudante surdo e foi muito gratificante ver a sua evolução no relacionamento com outros colegas”, afirma Jacob.

É fundamental que iniciativas como essas sejam disseminadas e reproduzidas em outras escolas, possibilitando novas práticas pedagógicas e tornando o ensino mais dinâmico e atrativo para os nossos estudantes.

About The Author

Professor da Rede Estadual de Educação. Graduado em História e Filosofia pela UFRN. Mestrado em Filosofia Política, Pós-Graduado em Ensino de Filosofia e Literatura pelo IFRN.

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